04 setembro, 2009

Eu não me rendo!

Eu não vou fazer uma conta no Twitter pra mim! Não adianta!

Por enquanto eu não me rendo. Já basta ter msn, orkut, e-mail, dar aula por ensino à distância e ter um blog! Acho que já é computador demais!

Quantos livros pra ler, filmes pra ver... Isso necessita um pouquinho de solidão, de calma, sossego, relaxamento.

Menos computador e mais tempo.

Menos "oi" pra namorada no msn e mais filmes juntinhos no cinema.

Menos micro-informações e mais livros grossos.

Menos rapidez e mais saboreamento da informação.

É, talvez quando eu ler os 27 livros que estão empilhados aqui e ainda não lidos por falta de tempo eu resolva entrar no twitter. Veremos...

inté.

07 agosto, 2009

OS INIMIGOS DO POVO ESTÃO NO PODER

Eu tenho andado assustado com a atual crise no Congresso Nacional (atos secretos no Senado e farra das passagens na Câmara)! Não que eu fosse ingênuo a ponto de achar que todos os políticos fossem honestos ou mesmo que eu tivesse alguma esperança que 10% deles deixassem de correr em caso de alguém gritar: "Pega ladrão"! O que tem me tirado o sono (literalmente alguns dias!) é o fato de que a população toda está aceitando a situação com a maior naturalidade do mundo...

Eu sou um eterno otimista quando se trata da situação brasileira, principalmente no que diz respeito ao progressivo amadurecimento da nossa neófita democracia. Eu tinha certeza de que nós, "os caras-pintadas", seríamos uma resistência consistente, oferecendo alternativas éticas que fossem viáveis para o fortalecimento e a perenidade das instituições. Eu vi o impeachment do Collor aos 14 anos, com o orgulho de quem tinha ao seu lado uma nação, um povo que dava um sinal de “basta de desmandos”!

Diante das massivas denúncias de corrupção que vêm nos atropelando durante os últimos anos (com pequenos intervalos de poucos meses, suficientes apenas para que tomemos fôlego!), entretanto, não posso evitar que tal convicção seja estremecida por uma dúvida cada vez mais consistente. Os mesmos canalhas que assustavam o Brasil durante a Ditadura Militar continuam no poder, com uma importância tão grande que não sei dizer se a democracia efetivamente já chegou. Para piorar a situação, hoje eles têm a seu lado as “crias” da prometida democracia, que se deturpou em uma demagogia cada vez mais assustadora!

Parece que estamos todos esperando que as coisas se resolvam por si mesmas, como aquele tipo de pai ou mãe que simplesmente desiste do filho e deixa ele chorar até se cansar... Sendo que, enquanto isso, ele incomoda todos ao redor. Claro que esse "algo" que esperamos é a mídia! Foi ela quem promoveu o movimento do "Fora Collor" e é ela quem tem decidido qual a importância que as denúncias têm desde então. Foi ela também quem transformou um “escândalo menor” em motivo de renúncia de mandato de Renan Calheiros... Ora, vejam só: exatamente este forma com Collor a dupla alagoana que hoje representa a comissão de frente que defende o Senador José Sarney, tudo com o aval explícito do Presidente Lula, que, tendo o Princípio da Separação de Poderes para legitimar a sua pertinente indiferença, preferiu sair em defesa daquele que meses atrás para ele e seu partido era apenas mais um inimigo político na luta pela Presidência do Senado Federal.

Entretanto, não estou culpando a mídia... A mídia é feita pelos homens e seus interesses, sejam estes individuais ou coorporativos. A culpa é da sociedade como um todo: ONG´s; todas as classes sociais; (pseudo)intelectuais; escritores; empresários; esportistas; artistas; estudantes; acadêmicos etc. Alguns músicos (Caetano Veloso, Chico Buarque e companhia) são considerados como baluartes da luta contra o Regime Militar e agora, quando não existe censura, quando não existe opressão, quando a corrupção é a olhos vistos, eles se calam! Não posso evitar pensar que se movem pelo lema: "Desde que me permitam falar, eu não me incomodo de ficar calado"!

Os escritores não são melhores! A Academia Brasileira de Letras, onde supostamente deveriam estar concentrados os grandes intelectuais brasileiros, se esconde, não apenas porque faz questão de ser omissa no processo democrático, mas porque o principal acusado da atual crise (José Sarney) é um de seus membros, ocupante da cadeira de número 38, que já foi assento de um dos grandes orgulhos nacionais: Santos Dumont!

Também quero deixar claro que este não é um panfleto político-partidário contra o PMDB ou contra o senhor José Sarney, mas sim contra toda a crise ética que se instalou no Congresso Nacional! Os primeiros atos secretos datam de 1995; a suposta compra de votos da reeleição foi para a eleição de 1998... Quantos escândalos não assistimos calados neste intervalo de 11 anos? Cito apenas o (até agora impune) Mensalão, para explicar o meu ponto de vista. A crise não chegou a agora, ela é atemporal e apartidária, envolvendo todo o processo de escolha dos nossos representantes e os parâmetros de exercício de seus mandatos parlamentares. Toda essa baderna instalada é apenas a gota d’água!

Quer dizer que algum desses políticos realmente quer que acreditemos que ele não via nenhum mal em nomear parentes; pagar assessores que moravam no exterior; adulterar o painel eletrônico do Senado; vender a sua cota de passagens aéreas; morar em imóvel funcional tendo residência em Brasília; pagar passagens aéreas para a namorada ou para um time de futebol? Será que somos tão burros que elegemos como representantes um grupo de sujeitos que têm um conceito moral tão diferente daquele reconhecido pelo senso comum? Será que eles têm a mesma visão ética quando vão educar os seus filhos e netos? Não creio que as respostas a estas perguntas sejam positivas!

Mas este é apenas um desabafo... Eu gostaria de ver a população de novo nas ruas, demonstrando (sem violência de nenhum lado!) que sabe o que está se passando, que não aceitará calada tal descaração, que marcará os responsáveis e que estes nunca mais ocuparão um cargo eletivo. Com certeza este é um sonho: viver num país de memória, onde o povo compreende que os políticos é que deveriam estar submissos ao povo e não o contrário... Um país no qual os eleitos teriam noção da grande responsabilidade que decorre do cargo que ocupam e do compromisso com o desempenho de sua nobre função.

Diante de tudo, porém, a minha sensação de impotência é total! Por via do amigo Rodrigo Sales, me vêm à cabeça as palavras de outro grande orgulho nacional, Rui Barbosa ao dizer que “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Eu não sou um filósofo conhecido, um grande escritor, alguém ligado à mídia ou uma celebridade, que poderia, quem sabe, mobilizar as massas! Eu nem sei o que cada um desses setores citados poderia fazer, mas eu me sentiria bem melhor se soubesse que eles estavam tentando fazer algo... Hoje eu vou dormir tranqüilo por ter começado a fazer a minha pequena parte... Pois, como diria Madre Teresa de Calcutá: "Eu sei que sou uma gota no oceano, mas, sem esta gota, o oceano seria menor"!

Deixo, por fim, um poema escrito em 1964 (coincidência ou não, no ano do Golpe Militar!) pelo fluminense Eduardo Alves da Costa, embora seja freqüente e erroneamente atribuído a Maiakovski:

Na primeira noite eles se aproximam,

Roubam uma flor do nosso jardim e não dizemos nada;
Na segunda noite, já não se escondem:

Pisam as flores, matam o cão e não dizemos nada;
Até que um dia, o mais frágil deles,

Entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e
Conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta

E já não podemos mais dizer nada!

É um bom momento de sabermos em que passo estamos da submissão... Terão os corruptos e imorais já arrancado a voz de nossa garganta? Ou ainda é tempo de proferirmos nosso grito de insurreição? Com a resposta, cada um de nós!

Carlos Marden Cabral Coutinho

Procurador Federal, Especialista e Mestre em Direito e, hoje, mais um brasileiro ajoelhado aos pés dos ocupantes do Poder.

P.S.: Sugiro aos amigos que escrevam seu próprio texto e o repassem, encaminhem, como o farei, para os membros do Congresso Nacional! Se vocês têm um blog, sigam meu exemplo e lá publiquem algo ou mesmo este texto, o que fica desde logo autorizado. No mais, peço, a quem achar que estas palavras valem alguma coisa, que as encaminhe adiante... Bastam 04 encaminhamentos de 20 pessoas cada, para que 160 mil pessoas recebam uma cópia. Imagine se cada um encaminhar pra cinqüenta pessoas. Talvez alguma autoridade o leia, talvez algum artista influente, talvez a mídia, sei lá... É uma réstia de esperança luminosa em meio à dominante corrupta escuridão!

15 abril, 2009

Exatamente 1 ano!

1 ano atrás eu escrevia aqui:

"Aniversário da Dind. Dia feliz, bem feliz!"

E era mesmo, egoisticamente muito menos pelo aniversário dela e muito mais por ser o nosso primeiro dia de namoro.

Não esqueço a tensão do dia, eu, apaixonado declarado, aguardando um sinal, uma resposta. E veio, numa hora agoniante, mas veio.

E junto com isso, toda uma expectativa, uma angústia e felicidade típicas de começo de namoro. Vai dar certo? Vou ser feliz? Vou conseguir fazê-la feliz?

As duas primeiras eu posso responder, deu certo e sim, estou muito muito muito feliz!

A terceira, ela responde, e embora eu tenha pistas, fico aqui, quietinho, torcendo pra que a resposta seja positiva.

Amor, esse ano foi indescritível, teve de tudo, mas o que mais teve, foi mesmo felicidade, trazida por você em gestos, palavras e sorrisos.

Amo tu! Bem muitão!

beto.

11 abril, 2009

Falta de simancol

Hoje finalmente terminei o referencial teórico da minha dissertação (com a inestimável ajuda da minha florzinha). Foram quase 50 páginas escritas, depois de ler uns 100 textos em inglês.

Então, finalmente, depois de quase 6 meses sem postar nada, eis-me aqui de novo.

Por várias vezes durante esses meses eu tive vontade de escrever aqui e o motivo era recorrente: a falta de civilidade das pessoas em geral, especialmente as daqui, de Fortaleza.

Já tive vontade de vir escrever aqui irado com pessoas que não sabem ocupar apenas uma vaga quando estacionam, ou que não sabem respeitar uma fila num retorno ou em um sinal fechado e engarrafado e passam na frente de todo mundo pela contramão ou no acostamento, colocando em risco a vida de outros e fazendo raiva a quem faz as coisas da forma correta, a quem sai de casa com antecedência, a quem, mesmo atrasado, não acha que o seu atraso é mais importante do que o dos outros que estão pacientemente ali, esperando.

Já quis dar uns tabefes em um pai que, dirigindo o carro, vê o filho, no banco do passageiro, jogar uma caixa enorme de esfihas pela janela do carro, no meio da rua. O que será da gente quando essa geração, criada por pais totalmente relapsos que não sabem dar educação e limites, estiver no comando como prefeitos, governadores, juizes, advogados, deputados, ou o que quer que seja?

Estamos vivendo numa sociedade que só o que importa é o que é meu, o que me ajuda ou prejudica, o que me faz mais feliz ou realizado, o que alivia a minha dor.

E os outros? Ah, os outros são só instrumentos usados para nos proporcionar melhores momentos. Então, os usamos e tiramos proveito, se são barreiras para o nosso bem estar, então nos livramos, passamos por cima ou ignoramos as suas vontades e necessidades.

Prá terminar a minha indignação, conto o que aconteceu ontem no cinema do Del Paseo, quando estava assistindo à sessão gratuita do filme "A paixão de Cristo".

Desde o começo do filme, ninguém conseguia se concentrar pois um casal muito consciente tinha levado seus dois filhos, um com menos de 1 ano de idade, ao cinema junto com eles. As pobres das crianças não paravam de gritar e chorar, obviamente por causa do escuro, frio, cenas chocantes de sangue jorrando... Até uma hora que eu não me contive e taquei o grito no cinema: "Leva esses meninos pra casa rapá. Isso é uma maldade". Não é porque fui eu que gritei não, mas acho que meu grito representou o que muitos ali queriam dizer mas se policiaram para não parecer chatos ou desumanos com as crianças.

Mas meu problema não é com as crianças, não tenho nada contra elas, muito pelo contrário, adoro rolar no chão com meus sobrinhos e me sujar todo brincando com eles.

O que me irrita profundamente é a atitude de pessoas que acham que para o seu próprio conforto ou comodidade, podem incomodar um enorme grupo de pessoas as quais eles nem sequer conhecem.

Queria muito ir ver o filme? Deixasse as crianças com algum parente, pagasse uma baby siter, alugasse e assistisse em casa!

Não tinha com quem deixar? NÃO FOSSE AO CINEMA, MEU AMIGO!!!

Quem quis ser pai e mãe foram vocês e não eu, pois aceitem as responsabilidades e assumam as consequências!

Hoje em dia todo mundo acha muito bonito ser pai e mãe, é até um crime dizer que não se quer ter filhos, mas entre ter, cuidar e principalmente educar, existe uma distância enorme e uma quantidade de sacrifício que a maioria das pessoas não está disposta a passar.

Vivemos na sociedade do "tudo da forma mais fácil e menos dolorosa possível".

Se eu puder jogar a minha cota de sacrifício e dor em cima dos outros, melhor né?

Nunca faço um sacrifício para educar um filho e a sociedade é que se lasque em conviver com esse monstrinho que eu criei, porque eu simplesmente não tive tempo, ou saco, ou os dois para notar tudo de errado que ele faz e faço de conta que está tudo bem no país das maravilhas.

E os outros que se lasquem!

inté,

beto.