24 abril, 2008

O Mundo está se imbecilizando?

Hoje assisti uma palestra muito boa no mestrado cujo tema era: "UMA ANÁLISE DO CONSUMO NA ERA DO SHOPPING CENTER".

Quem me conhece sabe da minha total incapacidade de fazer coisas que não gosto, que não me interessam e que considero estúpidas, ainda mais se essas coisas forem aulas.

Ainda bem que o mestrado tem me surpreendido todos os dias, seja pelo excelente nível dos professores, das aulas, das pesquisas, dos grupos de estudo e das palestras.

A de hoje me deixou meio pensativo e preocupado.

Um dos palestrantes defendeu que estamos na sociedade do consumo e que o ser humano deixou de ser o Homo Sapiens para se tornar o Homo Ludens (Homem Lúdico).

Que é basicamente um idiota consumista e infantil, absorvido pela Sociedade do Consumo.

Eu, no meu eterno otimismo, acreditava que a humanidade estava passando por uma fase de desmassificação, da cultura, do consumo. Acreditava não, acredito! Só acho que isso vai demorar muito tempo ainda aqui no Brasil, que dirá no Ceará.

Mas um dia as pessoas consumirão mais racionalmente, produtos que elas realmente necessitam e não para suprir necessidades psicológicas, e não para ser aceitas em determinados grupos.

Um dia o poder que a televisão e a mídia em geral tem de fazer a gente se sentir inadequado e inconveniente vai incomodar menos, vai ter menos influência sobre nós, e não conseguindo nos deixar tristes, vão conseguir vender menos seus "produtos maravilhosos" que farão você feliz.

A gente vai acabar consumindo mais coisas produzidas localmente através de laços afetivos , de vizinhança, de amizade.

Você vai descobrir (talvez pela internet) que pode comprar uma roupa super bacana feita pelo seu vizinho, ouvir uma música que te toca composta por amigos seus, talvez até comer aquela salada que você tanto gosta com verduras produzidas no seu prédio.

As pessoas farão as coisas de forma mais devagar, com mais calma, perceberão que todo o dinheiro que elas ganham a mais pra trabalhar a mais não paga a ausência da sua própria vida. Não paga o tempo perdido com os milhos, com a esposa, com a família, com seus pais.

Depois de ter ficado rico você vai perceber que todo o dinheiro que acumulou não vai dar pra comprar uma máquina do tempo pra voltar e viver tudo o que perdeu.

Não sei se sou otimista demais, mas eu vejo, eu sinto essas coisas acontecendo. Vejo pessoas se rpeocupando com isso, vivendo de uma nova forma, ou pelo menos tentando. E cada vez mais o mundo vai evoluindo tecnologicamente de uma forma que nos propicia justamente mudar nossos hábitos, viver de outra forma. Só que parece que a gente entende errado e faz o contrário.

O computador, a Internet, a automação das fábricas estão aí pra evitar que a gente se mate de trabalhar, pra que a gente possa ter flexibilidade, para que possa trabalhar mais em casa, sair menos, perder menos tempo em engarrafamentos, gastar menos combustível, poluir menos o planeta.

Acho que o que falta mesmo é uma mudança de atitude, porque as ferramentas já estão surgindo, mas só a gente, cada um de nós, e nós enquanto raça, podemos decidir o que fazer com elas.

É isso aí, inté.

P.S.: Pra quem colocou nos comentários de um post anterior que eu tava muito carente pra ter colocado namorada em negrito, só tenho a dizer isso aqui: meuozovos! :)