Ganância, Reconhecimento, Sucesso e afins...
Esse negócio de blog é foda, tem dias que a pessoa acorda com a necessidade de escrever. Hoje é um desses dias, tou com um aperto no coração, nó na garganta, sensibilidade à flor da pele só porque comecei a pensar muito num assunto: o futuro, mais particularmente o meu futuro, o que diabo é que eu quero da vida.
Tudo começou ontem, quando, de brincadeira, perguntei à minha namorada, (Polly, um beijo) que faz jornalismo, se um dia ela poderia me entrevistar e ela disse que se eu me destacasse como um administrador de sucesso ou um professor competente, poderia me entrevistar.
Nem sei se ela notou o quanto eu fiquei pensativo com isso. Já era um assunto que vem martelando na minha cabeça há algum tempo, mas eu nunca parei pra pensar a sério e organizar as idéias e colocar no papel o que eu penso sobre: Sucesso, Reconhecimento, Dinheiro e Poder.
Depois de 10 anos trabalhando feito um jumento e dando muito mais peso ao lado profissional, hoje em dia eu jánão tenho mais tantas certezas como antes.
Já fui Presidente da EMpresa Junior da UECE, Ja Fui o Representante das Empresas Juniores Cearenses em Âmbito Nacional, Ja fui escolhido pra ir pra Bélgica representar as EJ´s Brasileiras, ja fui escolhido pra ir estagiar na FIAT em MG com mais 4 alunos dentre todos na faculdade, já cheguei a ter 4 locadoras e uma lanchonete e achava que o céu era o limite, que eu teria uma cadeia de lojas e tudo mais viria junto desse sucesso: felicidade, reconhecimento, me sentir bem, ser feliz, enfim.
Hoje em dia depois de ter que abrir mão de tudo e ter ficado meio sem chão, com a auto-estima abalada, sem perspectivas e depois ter me recuperado e estar feliz e confiante de novo, eu só sei de uma coisa, as coisas tem que ser diferentes do que já foram. Me pergunto o quanto de tudo o que eu ja conquistei não foi meramente para obter reconhecimento e menos porque era realmente meu desejo. Até acredito que a vaidade não foi o fator preponderante, porque realmente eu gostava do que fazia, mas acho que quanto mais a gente baixar a importância da vaidade, da necessidade de reconhecimento, mais feliz seremos.
Na verdade a grande pergunta é a seguinte:
- Da pra ser feliz sem ter que perseguir o sucesso, o reconhecimento, os aplausos dos outros?
- É melhor ser uma pessoa meio alheia a sociedade, vivendo distante dos holofotes e sendo feliz?
- Dá pra ter um pouco dos dois mundos, sendo feliz e tendo sucesso?
Na verdade eu tenho um pouco de nojo desse lance de sociedade, de ricos e famosos, de gente que quer aparecer, de pessoas sem conteúdo que fazem de tudo para serem amigas de pessoas influentes, de ter que dar satisfações à sociedade de todos os seus passos, de estar o tempo todo se preocupando com o que estão falando de você.
Na verdade não tenho sede de reconhecimento, nem de palmas, muito menos de holofotes em cima de mim seguindo todos os meus passos.
Quero é fazer o que eu gosto, com paixão, sem ter que dar satisfações aos outros, quero colocar minha energia em algo que me estimule, que me divirta, que me faça crescer. Pra mim esse é o único caminho de ser competente no que se faz.
Sei que existem outros caminhos, tem gente que consegue ter sucesso mais por obstinação do que por amor ao que faz, mais por trabalho muito duro do que por prazer, mais por vontade de vencer e ser famoso do que por talento, mas decididamente esse não é o caminho que quero seguir.
A gente só tem essa vida, e ter que passar a vida toda se martirizando pra ter sucesso, pra ter reconhecimento? Ah, foda-se.
Se como consequencia do amor com o qual eu realizo meu trabalho, eu tiver algum reconhecimento, tudo bem, sou um ser humano normal e não vou dizer que não ia gostar, mas se não tiver, se nunca ninguém "descobrir" o professor ou o administrador genial que eu sou, porque eu não entrei no circo de me mostar, de dar aula em grandes centros, ou de administrar grandes empresas, não tem problema, com certeza estarei feliz e realizado dando minhas aulas e gerindo minha empresa, de preferência de frente pro mar, pisando na areia da praia do Iguape, ou numa sala com ar condicionado em Teresina, junto com meus alunos em Brasília, ou em qualquer buraco desse mundo afora, até na África! :)
Não quero ter medo do sucesso, do reconhecimento e do dinheiro que podem vir junto deles, apenas não quero ser seu escravo, nem perseguí-los loucamente. Eles que corram atrás de mim, porque eu sei bem o poder das coisas feitas com paixão, com amor, com fé.
Como diria o Alex Castro: "a felicidade é um processo interno, totalmente sob o seu controle, não deveria estar sujeito a interferências externas"
Eu sou feliz, eu sou capaz de me manter feliz e viver uma vida feliz.
Espero me manter assim.
Incrível, o nó na garganta,o aperto no coração e os nervos a flor da pele desapareceram. ;)
14 julho, 2006
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