2007
São 5:20 da manhã aqui no Rio, não consegui dormir ainda, e quando tava quase querendo ter sono fui ler o blog da Ariane e da Beta. Me fudi!
Porque agora fiquei com uma vontade inadiável de escrever alguma coisa sobre esse ano de 2007. Pobre de mim que não vou nem conseguir chegar perto da emoção que as meninas colocaram nos textos delas, mas vamos lá...
2007
Quando você pensa que se conhece, que já viveu muita coisa, que é maduro, lá vem a vida te dar um tabefe e mostrar pra você que você não sabe de nada, que é capaz de fazer coisas que não imaginava, pro mal e pro bem. E esse ano fiz muitas coisas ruins, das quais me envergonho, e acho que fiz poucas coisas boas, em 2008 tem que ser o contrário.
Esse ano foi o da recuperação, com certeza, o ano em que meus olhos voltaram a brilhar, já quase no final do ano, mas voltaram.
Depois de dois anos na merda, após ter me separado em janeiro de 2006 e de ter vendido a coisa material que mais me importava no mundo inteiro, que era minha locadora, minha lanchonete, nas quais eu havia batalhado durante quase 10 anos, entrei em parafuso.
Vi tudo o que eu havia construído se esvair, desmoronar...
E apesar de ter muita grana envolvida, não é sobre isso que tou falando não sabe?
É sobre você ser absolutamente feliz fazendo uma coisa e ver isso acabar, é ver todo o carinho, cuidado, atenção que você deu àquilo tudo durante tanto tempo, virar só tristeza, e o pior de tudo, é não saber mais quem é você sem aquilo, eu era o beto da locadora, da lanchonete, o beto empreendedor, e agora eu ia ser o que? O beto fudido?
Só que graças a essas maravilhosas pessoas que conheci esse ano, consegui ver que a vida tá muito melhor agora do que o que era antes, que posso não ter o dinheiro e a independência que eu tinha, mas que em compensação, nunca estive tão cercado de pessoas que me querem bem, me admiram, gostam de mim. E que profissionalmente e financeiramente, uma hora as coisas se encaixam, basta os olhos voltarem a brilhar de interesse por alguma coisa. E ambas as coisas são verdade.
Eu nem sei bem como tudo começou, como comecei a conhecer esse povo todo.
Tenho quase certeza que o estalo de ver que eu estava começando a ter uma turma bacana de novo aconteceu por causa da SAM (tinha que ser esse ser iluminado né?) num dia que ela estava no fafi com o marquinhos e eu conversei horas com ele, descobrimos que fomos contemporâneos no Colégio Cearense (pra desespero da SAM) e por aí foi...
Em decorrência dessa pequena conversa, desse pequeno dia em que eu poderia ter ficado me lamentando em casa vieram: Marquinhos, Danny Husk, Luana (Surfista... né danny?), Luana Cavalcanti, Rodrigo Fuser, Natália Kataoka, Sabrina, Dayse, Malena, Arianne, Beta Aline, Tici (O menino), João Gabriel, Eveline Nobre, Marina Esmeraldo, Renato Albuquerque
Sellaro e Raphael Villar - Esses dois ficaram pro final porque na verdade foram as últimas pessoas que eu conheci esse ano, assim, conhecer mais de perto, pois a gente mal se falava, éramos mais amigos de outros amigos, conhecidos e tal.
Eu simplesmente não sei descrever como é que esses dois cachaceiros tem o coração tão bom, como podem ser tão amigos, inteligentes e boa companhia. Muito menos sei como mostrar o laço que se formou entre a gente nessas semanas aqui no Rio. Só resta sentir saudade.
Na verdade tudo começou em fortaleza, 1 mês antes da mudança do Sellaro aqui pro Rio, quando começaram as despedidas e nasceu naturalmente a turma da "vagabundagem" (todo mundo trabalha e é responsável) que começou a se reunir todas as tardes na praia, e depois de tarde e de noite, e quanto mais a hora da partida ia chegando, mais a coisa ia evoluindo, e foi começando a ser de tarde, de noite e de madrugada.
O que podia sair disso? Um mês maravilhoso, uma turma maravilhosa, uma ligação absurda entre a gente e uma saudade que ainda vai me fazer chorar muito quando esse contato diminuir, e já vai diminuir, porque o Sellaro fica morando no Rio.
E eu como sou um viadinho, já tou chorando de saudade dessa época que nem terminou ainda.
Outras pessoas que voltaram a frequentar a minha vida e que foram fundamentais nesse período: Vitor Valdir, Aline Borja, Sam, Mariana Brusk e o Jeová.
Houve muitas outras pessoas que entraram na minha vida esse ano e que não fazem parte do bloco citado no começo do texto (que eh mais ou menos uma mesma turma) e nem desse aqui de baixo, não vou citar os nomes porque além de ser muita gente, eu quis fazer esse post sobre específicamente essa turma, esse bloco de pessoas específico que me fizeram sentir em casa no fafi nas quartas e quintas, no Amici's na sexta e no music box aos sábados, e comigo mesmo todos os dias.
Mas apesar de ter conhecido todas essas pessoas, e elas terem ajudado a eu me levantar, o grande teste, o ponto onde tudo poderia mudar e mudou mesmo, foi com a prova do mestrado.
O Mestrado foi o fundo do poço e minha remissão. Nunca tive tanto medo de fazer uma coisa, primeiro por não saber se era o que eu queria, e segundo acho que com medo de não passar, fiz tudo em cima da hora, nas coxas, meio que nem ligando.
Depois que saiu o resultado e vi que eu tinha passado, e passado bem colocado, foi que o Danny me disse que eu tava era com medo, medo de não passar, e acho que era isso mesmo.
O Fundo do poço porque dois dias antes de ter que entregar o projeto e não tendo feito porra nenhuma ainda, eu tive esse diálogo com meu pai (que é uma das pessoas mais doces e fantásticas que ja conheci)
Ele: Você não vai entregar o projeto hoje não? (obviamente pensando que ja estava pronto há tempos)
Eu: Vou só amanhã! (Doido pra que ninguem me perguntasse nada, não me fizesse pensar, decidir nada)
Ele: Então é porquê você não fez ainda...
Eu: Pai, eu não sei nem se quero fazer esse mestrado, eu não sei de nada, me deixa...
Ele: E você quer fazer o que da vida? (num tom de que queria me ver bem, que eu fizesse qualquer coisa, desde que eu ficasse bem...)
Eu: Sei lá... nada... sumir.... morrer!!!
Silêncio total...
1 minuto depois eu estava morrendo por dentro por ter falado aquilo pra uma pessoa que sempre me deu apoio e e acreditou em mim, sempre foi o melhor pai do mundo.Além de tudo eu disse que queria morrer, mesmo da boca pra fora, o que diabo eu tava sentindo de tão ruim?
Passamos vários dias sem nos falar direito e quando saiu o resultado do mestrado, tudo o que eu queria era contar pro meu pai... parecia que eu tava dizendo pra ele: Pai, não se preocupa, teu filho tá nos trilhos de novo...
É isso aí, que venha 2008 que eu tou nos trilhos, e tou acelerando.
um beijo grande a todos os meus amigos.
inté.